O pão francês é uma das iguarias mais consumidas no Brasil, presente em padarias de norte a sul do país. No entanto, apesar do nome, esse pão é uma criação genuinamente brasileira. Mas por que, então, o chamamos de “francês”? A resposta envolve uma mistura de influências culturais, adaptações locais e o desejo da elite brasileira de se aproximar dos costumes europeus.
A Influência da Elite Brasileira
No final do século XIX e início do século XX, a elite brasileira era profundamente influenciada pela cultura francesa. Ao viajarem para Paris, muitos se encantavam com os pães de miolo branco e casca crocante servidos nas boulangeries. Ao retornarem ao Brasil, solicitavam aos padeiros locais que reproduzissem esses pães. No entanto, devido às diferenças de ingredientes e técnicas, o resultado foi um pão adaptado ao paladar e aos recursos brasileiros, que acabou sendo chamado de “pão francês”.

A Importância da Farinha de Trigo
Naquela época, a farinha de trigo branca, conhecida como “farinha francesa”, era um produto de luxo no Brasil. Com o tempo, a instalação de moinhos, como o Moinho Matarazzo em São Paulo e o Moinho Santista em Santos, tornou essa farinha mais acessível, permitindo a popularização do pão francês entre as camadas mais amplas da população.
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Nomes Regionais e Popularização
Embora conhecido como “pão francês” na maior parte do Brasil, esse pão recebe diferentes nomes em várias regiões: “cacetinho” no Rio Grande do Sul, “pãozinho” em São Paulo, “pão de sal” em Minas Gerais, entre outros. Independentemente do nome, tornou-se um item essencial na dieta brasileira, consumido no café da manhã, em lanches e até em refeições principais.
Conclusão
O pão francês é um exemplo claro de como a cultura brasileira absorve e adapta influências externas, criando algo único e próprio. Apesar do nome, é uma invenção brasileira que reflete a história, os gostos e as adaptações do nosso povo. Portanto, da próxima vez que saborear um pão francês, lembre-se de que está degustando uma verdadeira criação nacional