Por que bocejamos quando vemos alguém bocejando?
Você já percebeu que basta ver alguém bocejando – ou até ler a palavra “bocejo” – para sentir vontade de bocejar também? Isso acontece com a maioria das pessoas e é um fenômeno tão comum quanto curioso. Mas por que será que bocejamos quando vemos alguém fazendo o mesmo?
Neste post, vamos explorar as principais teorias científicas por trás do bocejo contagioso, o que ele pode dizer sobre o funcionamento do nosso cérebro, e como isso pode estar ligado à empatia. Prepare-se para descobrir como um simples ato involuntário pode revelar muito sobre o comportamento humano.
O que é o bocejo?
Antes de tudo, vale entender o que é o bocejo do ponto de vista fisiológico. O bocejo é um reflexo involuntário que consiste em abrir bem a boca, inspirar profundamente, segurar o ar por alguns segundos e depois expirar. Ele costuma vir acompanhado de alongamento e, muitas vezes, lágrimas nos olhos.
Apesar de simples, o bocejo é um comportamento observado em diversos animais, incluindo cães, gatos, macacos e até aves. Ou seja, não é algo exclusivamente humano.
Por que bocejamos?
Ainda não existe um consenso definitivo sobre a função do bocejo, mas algumas teorias são mais aceitas:
1. Regulação da temperatura cerebral
Uma das hipóteses mais aceitas atualmente é a de que o bocejo ajuda a resfriar o cérebro. Inspirar profundamente e esticar os músculos faciais aumentaria o fluxo sanguíneo na cabeça e facilitaria a dissipação de calor, melhorando o desempenho cerebral.
2. Alerta e atenção
Outra teoria aponta que o bocejo ajuda a manter o cérebro em estado de alerta. Ele costuma ocorrer em momentos de transição de estado – como antes de dormir, ao acordar ou quando estamos entediados – ajudando a manter a atenção.
3. Oxigenação do cérebro
Antigamente, acreditava-se que bocejávamos para aumentar a oxigenação do cérebro, mas essa teoria perdeu força nos últimos anos. Estudos mostram que a quantidade de oxigênio no sangue não se altera significativamente após um bocejo.

Por que o bocejo é contagioso?
A parte mais curiosa do bocejo é seu caráter contagioso. Ver alguém bocejando, ouvir um bocejo ou até ler a palavra “bocejo” (como agora!) pode provocar o reflexo em nós.
Pesquisas mostram que cerca de 60% das pessoas bocejam após ver alguém bocejando. Mas o que está por trás disso?
1. Empatia e espelhamento social
A explicação mais aceita atualmente é que o bocejo contagioso está ligado à empatia e ao funcionamento de um grupo de neurônios chamado de neurônios-espelho. Esses neurônios são ativados quando realizamos uma ação e também quando observamos alguém realizando a mesma ação.
Isso explica por que tendemos a imitar expressões faciais, gestos e, claro, bocejos. O cérebro reproduz o comportamento do outro como uma forma de criar conexão. Pessoas com maior capacidade empática tendem a ser mais suscetíveis ao bocejo contagioso.
2. Ligação social e sobrevivência
Do ponto de vista evolutivo, o bocejo contagioso pode ter surgido como uma forma de sincronizar o comportamento de grupos. Em animais que vivem em bando, bocejar ao mesmo tempo pode sinalizar uma mudança de estado coletivo – como dormir ou ficar alerta para um possível perigo.
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Bocejo contagioso e transtornos neurológicos
Estudos mostram que pessoas com transtornos que afetam a empatia – como autismo, esquizofrenia e alguns tipos de demência – apresentam menor propensão ao bocejo contagioso. Isso reforça a ideia de que há uma ligação direta entre empatia e esse reflexo.
Pesquisadores acreditam que esse tipo de resposta pode, inclusive, ser usado como um indicativo do nível de empatia de uma pessoa ou da integridade de certas regiões do cérebro.
O bocejo em outras espécies

O bocejo contagioso não é exclusivo dos humanos. Ele também foi observado em macacos, lobos e cachorros. Em especial, cães domesticados bocejam mais em resposta ao bocejo de seus donos do que ao de estranhos, o que indica um vínculo emocional forte.
Esse comportamento parece reforçar a conexão social e emocional entre membros de um grupo. Em animais sociais, o bocejo pode ser mais do que um simples reflexo – ele pode ser um mecanismo de comunicação não verbal.
Curiosidades sobre o bocejo
- Bebês já bocejam dentro do útero, a partir da 11ª semana de gestação.
- Mesmo vendo vídeos ou fotos de pessoas bocejando, muitas pessoas acabam bocejando também.
- O bocejo dura, em média, de 6 a 8 segundos.
- Algumas pessoas têm mais tendência a bocejar do que outras, e isso pode ter base genética.
Conclusão
Bocejar é muito mais do que sinal de sono ou tédio. É um comportamento complexo, com raízes biológicas e sociais profundas. O fato de ser contagioso pode revelar muito sobre nossa capacidade de empatia e conexão com os outros.
Da próxima vez que você bocejar porque viu alguém fazendo o mesmo, lembre-se: seu cérebro está funcionando exatamente como deveria.
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